
Possíveis explicações para o elevado número de avistamentos e ataques de caravelas portuguesas do verão de 2010

Combinações pouco usuais de condições meteorológicas e oceânicas no inverno anterior:
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Vento do oeste arrastou populações do oceano aberto em direção à costa Ibérica - hipótese mais provável, visto terem-se verificado muitas ocorrências na costa sudeste da costa Ibérica, tanto do lado do Oceano Atlântico como do Mar Mediterrâneo;
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Correntes em mar aberto - foram particularmente fortes no referido ano, explicando a deslocação das caravelas através do Estreito de Gibraltar até à bacia Mediterrânica.
Vários estudos apontam uma tendência para a repetição deste padrão num futuro próximo, não se excluindo como uma das principais causas as alterações climáticas acentuadas pela emissão de gases com efeito de estufa.
Relação entre o vento e o avistamento de caravelas portuguesas. (a) Nº total de avistamentos de Physalia physalis sna costa do Oceano Mediterrâneo, Península Ibérica (linha de costa Atlântica e Mediterrânea) e Ilhas Canárias durante oito anos consecutivos (2005–2012). O ano 2010 foi um ano anómalo em termos de ocurrências e em nº total de aparecimentos de colónias (mais de 100 000 colónias) comparado com 2009 e 2011, em que apareceram menos de 60 colónias. (b) A linha preta representa as condições meteorológicas mensais desde 1979 até 2012 para o vento (componente U) no Oceano Atlântico desde 50 °N até 28 °N e desde −20 °W to −10 °W (quadrado vermelho no mapa). As linhas vermelhas espelham os dados desde o inverno de 2009–2010 quando o vento do oeste (valores positivos) foi muito mais intenso nestes locais quando comparado com a média. Adaptado de [1]
Referências bibliográficas:
[1] Prieto L, Macías, D, Peliz A, Ruiz J (2015) Portuguese Man-of-War (Physalia physalis) in the Mediterranean: A permanent invasion or a casual appearance? Nature Scientific Reports 5:11545. doi: 10.1038/srep11545